quarta-feira, 3 de setembro de 2008

"Nunca apagarei seu presente com tão doces palavras"

Esse é um presente simples, mais que espero que lhe seja muito útil...Um presente pra fazer o seu presente mais alegre e guardar as palavras de uma pessoa que eu admiro e tenho muito carinho...
Use ele sempre que estiver com vontade de gritar para o mundo e faça seu coração transpirar através de palavras. Faça também os meus olhos brilharem ao enxergar espalhado por aqui cada pedacinho de alguém que me faz sentir feliz, toda vez que percebo sua existência ...

Com amor.
(Moca)

ARQUIVOS DO ANTIGO BLOG - Coisas que eu deixei de deixar pra trás...

Sábado, Fevereiro 23, 2008




"Madrugada chegou
O sereno caiu
Meu amor de cansaço
Caiu nos meus braços
Sorriu e dormiu
Eu só queria
Que não amanhecesse o dia
Que não chegasse a madrugada
Eu só queria amor
Amor e mais nada."


Terça-feira, Janeiro 29, 2008

Quem bate?








Sexta-feira, Janeiro 18, 2008



"...e lá se vai mais um dia..."

Janeiro está passando rápido demais! Estou um tanto assustada com a velocidade das horas, dos dias...Há quem diga, "Ah, é por que você tem tido horas boas de férias e tal...", mas esse alguém é mesmo só uma suposição, um desconhecido...
Acho mesmo que esses dias de férias (merecidas!), tem sido um tanto tediosos...Sabe quando as horas; o dia de sol; o dia chuvoso; o dia "dia", por si só, parecem estar sempre passando entre seus dedos do pé. É sim! Os dedos do pé que ficam pendurados sobre o sofá enquanto se lê algum livro...Eles ficam alí, suspensos no ar enquanto o tempo passa...solitários, com o mínimo sintomas de vida possível...
Não que não seja bom ler, aliás, tenho tido ótimos momentos de leitura: "Diálogos sobre a esperança" de Frei Beto e Cortella, "Gramática da fantasia" de Gianni Rodari, "Teoria do desenvolvimento, segundo Piaget" (esse não terminei), e pra fechar com chave de ouro "1984" de George Orwell. Momentos com certeza transcedentais...
O fato é que durante toda essas férias ficou faltando algo. Não sei realmente o quê. Talvez um sorriso de criança? Um abraço de vó? Ver minha mãe mais feliz?
O passeio com uma amiga? (...) Não sei... Aqui nesse lugar onde cresci não reconheço mais nada. A esquina das muitas conversas jogadas fora é só uma esquina. A pracinha dos muitos jogos de truco é só uma pracinha...
Contudo, chego a conclusão que nossa vida é feita de pessoas reais.
Sem elas, não me adianta ler sem ter com quem compartilhar a história...
É isso! Essas férias faltaram pessoas...

Mas elas não acabaram, e tenho ainda a viagem...
Que bom, vou à praia!
E finalmente, vou ter pessoas...

(Não me lembro de quem é a frase, mas o que fica é exatamente ela: "é impossível ser feliz sozinho...")


Sexta-feira, Janeiro 11, 2008



Feliĉigan Novan Jaron?

O ano passou de 2007 para 2008, estamos em janeiro, especificamente no dia 11 (já passam 13 minutos desse novo dia...)
Não importo-me muito com essa mudança de ano, já que penso que um dia é sempre um novo recomeço. Mas a cultura de nossa humanidade se reveste toda de um ritual no mínimo "esperançoso", para alguns no sentido de "esperançar", já para outros, no sentido vago de esperar, esperar, esperar...
Tenho de confessar, (para mim mesma), que o final do ano é um tanto melancólico, aliás, já faz alguns anos que fico assim nesse "final" que não é nada a mais, nada a menos que a mudança no calendário gregoriano de um número matemático...
Mesas fartas nessa época enche-me de angústia, e não é por demagogia, acho que todo ser humano merece esse tipo de mesa durante o ano todo, no entanto enfeitamos, decoramos e nos fartamos de muita comida, num país em que ainda há fome durante o ano todo...Lembro-me agora da palestra do querido Cortella em que ele entra e diz: "Deus pediu para que tenhamos vida, e a tenhamos em abundância", e concordo com ele quando nos chama atenção para esse versículo bíblico; "Deus não nos pediu para termos "de vez em quando", Ele pediu para que tenhamos vida em ABUNDÂNCIA, oras!!! E isso nos remete em termos SEMPRE!
Não entendo como o homem consegue tantos progressos na medicina, na tecnologia, e em todos os aspectos cognitivos, mas ainda não consegue ter vida em abundância...Não consegue ser amável sempre, e então se contenta em festejar no natal e no réveillon uma pequena fatia dessa abundância em viver...
Enfim, eu quero o meu direito de ter vida em abundância! E não importa que seja comendo um hot-dog no carrinho do tio da praça pública, com tanto que TODOS estejam usufruindo também do seu direito de "abundânciar", assim como o maior Filósofo do mundo nos permitiu...

E então, é claro, feliz ano TODO...

Diz aí Gonzaguinha:

"É!
A gente quer valer o nosso amor
A gente quer valer nosso suor
A gente quer valer o nosso humor
A gente quer do bom e do melhor...

A gente quer carinho e atenção
A gente quer calor no coração
A gente quer suar, mas de prazer
A gente quer é ter muita saúde
A gente quer viver a liberdade
A gente quer viver felicidade...

É!
A gente não tem cara de panaca
A gente não tem jeito de babaca
A gente não está
Com a bunda exposta na janela
Prá passar a mão nela...

É!
A gente quer viver pleno direito
A gente quer viver todo respeito
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação...

É! É! É! É! É! É! É!...
(...)

É!
A gente quer viver pleno direito
A gente quer viver todo respeito
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação..."



Sexta-feira, Novembro 23, 2007

Canta Ana...


"Eu tranco a porta
Pra todas as mentiras
E a verdade também está lá fora
Agora a porta está trancada

A porta fechada
Me lembra você a toda hora
A hora me lembra o tempo que se perdeu
Perder é não ter a bússola
É não ter aquilo que era seu
E o que você quer?
Orientação?

Eu tranco a porta pra todos os gritos
E o silêncio também está lá fora
Agora a porta está trancada
Eu pulo as janelas
Será que eu tô trancado aqui dentro?
Será que você tá trancado lá fora?
Será que eu ainda te desoriento?
Será que as perguntas são certas?
Então eu me tranco em você
E deixo as portas abertas

Eu pulo as janelas
Será que eu tô trancado aqui dentro?
Será que você tá trancado lá fora?
Será que eu ainda te desoriento?
Será que as perguntas são certas?
Então eu me tranco em você
Eu me tranco em você
E deixo as portas abertas"
("Trancado" - Ana Carolina)








Sexta-feira, Novembro 09, 2007



"Desse momento escarlate quero a flor, o beijo, o chocolate...
O riso, a criança e a retreta... O gozo, a lua, a borboleta... O caracol, o mi-bemol a alfazema...
Pra quando o vermelho ficar esmaecido, eu poder conservar meu colorido nas reticências azuis de algum poema"


(Coloridos, Flora Figueiredo)


Domingo, Outubro 14, 2007




Da ficção direto para a realidade

Todo o povo brasileiro, desde o mais letrado ao menos favorecido, tem comentado diariamente sobre o filme "Tropa de Elite" dirigido por José Padilha, e eu é claro, como todo e qualquer brasileiro precisei assistir ao filme para então poder dar o meu ponto de vista, (ainda que esse ponto não sirva para absolutamente nada e a ninguém).
Porém, não vou focar meu ponto de vista na produção, direção, fotografia, música, etc, etc, e etc do filme, até por que não "manjo" nada de cinema e minha opinião nesses aspectos seria mais uma do senso comum. Sim, sim, gostei muito do filme, mas quero ir além daquilo que é fictício...
O que quero ressaltar do filme, com ligação diretamente da nossa realidade, é a questão do tráfico de drogas. Não por bandidos mascarados e feios, não pela polícia corrupta, mas sim pelo que bem conhecemos como os "playboys", "mauricinhos", vindos de uma pequena parcela burguesa brasileira.
Sim, e não falo de casos distantes não. Aqui mesmo em Piracicaba existem milhares de "playboys" que aparecem como os "alternativos", preocupados com o meio ambiente, cheios de boas intenções, com idéias de revoluções, criações de ONGs e o escambal à quatro... Eles são os "descolados", os "queridinhos", e os que "não fazem mal a ninguém". Mas direta e indiretamente contribui e muito, para o total crime em nossa cidade.
Primeiro por que eles tem passagem aberta em qualquer lugar, tem boa aparência, estão nas melhores escolas, fazem (ou fizeram) faculdade, e segundo por que acabam tendo acesso muito fácil a qualquer tipo de droga, principalmente da maconha.
Esses "playboyzinhos" acabam tornando-se cúmplices do tráfico que influência, muitas vezes, menores carentes a participarem de toda essa estratégia suja do sistema.
Meu pasmo hoje aqui refere-se a esses "camuflados" que se acham o bem da humanidade, fumam a sua "macoinha" em churrasquinhos, raives, à beira da piscina, são os ditos "letrados", inteligentes, críticos, informados e conscientes, e no fundo estão distribuídos por aí numa horrorosa camulhagem de "bonzinhos" e na real são os porta-vozes e representantes do tráfico, o crime que mais mata e gera violência na sociedade brasileira.

Voltando ao filme, gostei muito da denúncia desses "playboys", e fica aqui o desejo de, quem sabe um dia, a Tropa de Elite consiga colocar um por um, em seus devidos lugares: a cadeia!


DESABAFEI!





Sexta-feira, Outubro 12, 2007





"Gosto de sentir seus olhos em mim quando me distraio."






Domingo, Outubro 07, 2007

Tombo

Essa semana aconteceu algo que não acontecia a muito muito tempo.
Nem sabia mais como era isso.
Aliás, até cheguei a pensar que o que aconteceu era coisa do passado.
Coisa de criança, principalmente quando começa a andar e num movimento equilibrar-se...
Mas aconteceu e eu caí.
Caí num tombo feio e doloroso.

Mas, num repente de repente
Aprendi que era a mesma coisa de quando criança
E então, depois de chorar,
levantei-me e tornei a andar.


Terça-feira, Setembro 25, 2007

...E mesmo Ama(dor), não quero ser, sem que tu sejas meu par...



"É assim que te quero, amor,
assim, amor, é que eu gosto de ti,
tal como te vestes
e como arranjas
os cabelos e como
a tua boca sorri,
ágil como a água
da fonte sobre as pedras puras,
é assim que te quero, amado,
Ao pão não peço que me ensine,
mas antes que não me falte
em cada dia que passa.
Da luz nada sei, nem donde
vem nem para onde vai,
apenas quero que a luz alumie,
e também não peço à noite explicações,
espero-o e envolve-me,
e assim tu pão e luz
e sombra és.
Chegastes à minha vida
com o que trazias,
feita
de luz e pão e sombra, eu te esperava,
e é assim que preciso de ti,
assim que te amo,
e os que amanhã quiserem ouvir
o que não lhes direi, que o leiam aqui
e retrocedam hoje porque é cedo
para tais argumentos.
Amanhã dar-lhes-emos apenas
uma folha da árvore do nosso amor, uma folha
que há-de cair sobre a terra
como se a tivessem produzido os nosso lábios,
como um beijo caído
das nossas alturas invencíveis
para mostrar o fogo e a ternura
de um amor verdadeiro."


Pablo Neruda, obrigada por traduzir-me...




Domingo, Setembro 23, 2007


O Pierro e a Colombina



Ama(dor)!
Ama(dor)!
Ama(dor)!
É uma palavra só, num sentido extremamente ambíguo.


"Eu sei é um doce te amar,
o amargo é querer-te pra mim..."


E diga-me:
Quem no amor não é Ama(dor)?






Sábado, Setembro 22, 2007

De meu pasmo particular para o "Infinito particular"...


"Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro, o meu quilate
Vem, cara, me retrate
Não é impossível
Eu não sou difícil de ler
Faça sua parte
Eu sou daqui, eu não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou porta bandeira de mim
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular
Em alguns instantes
Sou pequenina e também gigante
Vem, cara, se declara
O mundo é portátil
Pra quem não tem nada a esconder
Olha minha cara
É só mistério, não tem segredo
Vem cá, não tenha medo
A água é potável
Daqui você pode beber
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular"

Viciada no álbum duplo da minha musa Marisa Monte.
Linda, linda e linda!





Sábado, Setembro 15, 2007

()

A fotografia nôs reserva o direito de ter para sempre "o você e eu" daquele instante...
Mas, o fotógrafo Doisneau, forjando a imagem ou não,
retrata para a janela da alma, aquilo que em qualquer época ou instante deseja o nosso coração...





A paixão




Domingo, Setembro 02, 2007




"A melhor coisa que Deus criou
é haver todos os dias um novo dia"

(Trecho traduzido da música "Vidrar Vel Til Loftarasa" de Sigur Rós)



Domingo, Agosto 26, 2007

"Hora da roda"

(...)

"__ Professora se você fosse pequena, o que você seria quando crescesse?
__ Professora!
__ De novo?
__ É, de novo!
__ Igual eu. Eu também seria jogador de futebol!"


*Diálogo com meu aluno Matheus, o pequeno filósofo...

Volta e meia um tormento me invade supondo que talvez eu não seja uma boa professora.
Confesso que ultimamente não há sentimento mais angustiante.
Mas não é para menos, existem vinte e cinco crianças que estão em formação e que sou personagem importantíssima para cada uma delas. Tudo bem, para algumas mais, para outras menos, mas para todas PROFESSORA! Aquela que dá exemplos, que ajuda a construir conhecimentos cognitivos, refletir conceitos, atitudes, sabedoria, amor, coragem, enfim, aquela que permite autonomia suficiente para a escolha de novos caminhos.
Isso tudo pode até parecer citação de teóricos da educação e tal, mas não é não. Esses pensamentos todos, ficam soando diariamente em minha cabeça. Eu, Dayane, sou professora em tempo integral! Chego na escola pensando em educação, passo a tarde toda com a principal função de educar e ensinar, todas as minhas atitudes são observadas por olhinhos atentos, minhas palavras são bebidas letra a letra por bocas e mentes famintas de aprendizado, dúvidas e até erros. E nesse meu constante cotidiano, saio refletindo práticas, postura e, é claro, se estou no caminho certo. É um processo árduo e prazeroso. É um constante "pensar para falar". É perder noite de sono pensando em como ajudar aquele(a) aluno(a) com dificuldade no processo ensino-aprendizagem. É olhar no guarda roupa e lembrar-se daquela garotinha que não tem o que vestir, daquele garotinho que chorava pelo corredor, com vergonha de seus sapatos velhos e furados, e nesse momento imprevísivel saber exatamente a atitude certa a tomar, as palavras certas a dizer.
E como saber depois se fui acertiva?
Há momentos tão intensos que marcam para sempre a nossa vida, não só a da professora, mas também a da pessoa que está por de trás desse "rótulo", se é que dá para separar uma da outra...
A cada ano que passa aprendo mais e mais, e surpreendo-me ao dar conta, de como sou vista pelos diversos alunos que, de alguma forma, me revelam aquilo que represento naquela fase de sua vida.
Só para constar, outro dia fui convidada a um aniversário, e acabei indo. Lá estavam quase todos do grupo, uma festa bonita, com coisinhas gostosas, sorrisos espontâneos, e eu no meu cantinho, com meu namorado. De vez em quando, vinha alguma criança falar com a gente, brincava um pouco e saía. Confesso que não tinha muita afinidade pela aniversariante, carinho eu tinha, é claro, mas não era muito apegada a ela.
Bem, a festa foi rolando até que chegou a hora de cantar o "Parabéns pra você". A mesa estava rodeada de crianças e em volta os parentes, tios, tias, avós e pais. Após a musiquinha de aniversário, ouvi a mãe da garotinha dizer "Vamos agora ao primeiro pedaço de bolo!". Nesse momento estava distante, e foi quando eu ouvi em tom alto, a voz da garotinha que dizia "Esse primeiro pedaço de bolo vai para a minha professora!".
Fiquei muito surpresa, e até um pouco envergonhada. Essa atitude dela mexeu muito comigo e desencadeou um forte pensamento sobre a minha responsabilidade na vida de cada aluno meu.
E é assim constantemente. Não caberia aqui, todos esses momentos sagrados que nasce de repente e toma uma dimensão tão especial na minha vida.
O bom mesmo é saber que isso é inesgotável!
Saber se sou uma boa professora?
Agora estou começando a entender uma professora que, em um de nossos grupos de estudo, depois de um longo discurso meu reinvidicando mais atenção e reconhecimento da coordenação e direção da escola me disse: "Seu maior reconhecimento vem dos seus alunos. Procure olhá-los quando você ensina algo, e verá que dalí acabou de brotar uma nova semente plantada por você"...

Acho que essa professora não imagina, mas depois dessas suas palavras, meu tormento em pensar não ser uma boa professora passa em instantes. E sabe, por quê?
Por que minha sala de aula está cada dia mais florida!




...E viva nosso folclore!

Ando fascinada por contos, ditados, quadras, brincadeiras com as palavras, adivinhas e outras manifestações da cultura do povo brasileiro, porque é claro, é tempo de comemorar e reviver o FOLCLORE!
Ricardo Azevedo, em seu livro "Armazém do Folclore", chegou-me às mãos sem ninguém apresentar-me.
Estava na última prateleira da biblioteca da escola, todo empueirado e intacto. Na verdade parecia que ninguém, até minhas curiosas mãos o tocarem, tinha sequer o folheado...
Dalí fui para a sala de aula, e enquanto as crianças brincavam no intervalo, descobria-me completamente envolvida pela linguagem literária de Ricardo Azevedo. Uma linguagem tão sublime que encantou-me e dele não desgrudo mais, até que consiga passar tudinho que está lá aos meus queridos aluninhos, e por que não, fazer a leitura de todas as lendas que o meu amor desejar?
E como é mágico poder ler para pessoas tão especiais e escutar um riso sincero, um "UUUAAAUUU!", um "ahhhh, professora, lê esse de novo?", e até o pedido insistente de uma criança grande "Ahh, lê a do Bicho-Papão vai!!!"...Bem, com tudo isso acabo também me divertindo muito e descobrindo coisas novas a respeito de nosso vasto folclore brasileiro, e Ricardo Azevedo faz isso com muito humor, clareza e uma simplicidade riquíssima a respeito da vida e do mundo.
Aliás, foram nessas leituras que descobri que realmente a Bruxa, o Lobisomem e o Bicho-Papão existem sim. Também acredito no poder do Curupira, do Saci e da Iara. É tudo uma grande metáfora da vida em que vivemos, está tudo aí, não há o que ou por que duvidar, "o mal é tudo aquilo que vem para destruir a permanência, a alegria e o sonho do homem na Terra", mas, "Talvez a grande missão do homem na Terra seja essa: acabar com a bruxa, matar o dragão da maldade, colocar um ponto final na vida egoísta, curar todas as doenças e trazer de volta, para os quatro cantos do planeta, de uma vez por todas, o amor, a justiça, a paz e, claro, a esperança, porque sem esperança é impossível construir o futuro."

Enquanto lutamos por tudo isso, nos perguntamos quando alcançaremos, mas o "quando" nos remete a noção do tempo e para essa pergunta obtemos apenas a seguinte resposta:

"O tempo perguntou pro tempo
qual é o tempo que o tempo tem.
O tempo respondeu pro tempo que
não tem tempo de dizer pro tempo
que o tempo do tempo
é o tempo que o tempo tem."


E o folclore brasileiro continua em nossa longa metáfora da vida...


*Citações retiradas do livro "Armazém do Folclore" de Ricardo Azevedo.




Sábado, Agosto 11, 2007




"Misancene"

Rumores me invadem.
São vozes.
Fragmentos de mim...






Sábado, Julho 28, 2007



"Anos Incríveis"

Que delícia era acompanhar o contidiano de Kevin Arnold por seu "árduo" caminho da adolescência.
Era mesmo fantástico quando num episódio nos viamos como ele em determinada(s) situação(ões). Amizade, Amor, Família, Escolhas, Colégios, Professoras(es), e problemas, reflexões e dúvidas, perante tudo que nos perturba nessa caminhada louca chamada "vida".
Ainda hoje, nesse "estranho" mundo do universo "adulto", me pego com os mesmos pensamentos e dúvidas de Kevin, e indetifico-me constantemente com diversos trechos desse maravilhoso episódio.
Por isso, vou deixar abaixo, alguns desses trechos especiais desse episódio que marcou também os meus "anos incríveis"...

"Antes o mundo era na porta da frente de casa, agora ele ganhou mais 6 km. Mas o amor tem que percorrer suas distâncias e eu tinha uma bicicleta..."

"Enquanto algumas pessoas pensam em como as coisas são e perguntam , por quê? Eu penso em como tudo poderia ser e pergunto, e porque não?"

"Certos homens buscam a grandeza e outros são obrigados a agir com grandeza quando estão no banheiro. Não sei se realmente mudamos alguma coisa naquele dia eu acho que a guerra continuaria a mesma se continuassemos na sala de aula, mas uma coisa seria diferente não nos lembrariamos até hoje de 800 crianças num campo de futebol cantando, e isso não ficaria nos nossos históricos escolares..."

"O amor nos obriga a fazer coisas engraçadas, ele nos torna orgulhosos nos deixa arrependidos..."

"Existem noites na vida da gente que são regidas por forças incontroláveis...Mágica....Romance...Destino...Noites nas quais o amor nos pega de surpresa e depois disso as coisas nunca mais voltam a ser as mesmas..."

"Quando somos crianças, somos um pouco de cada coisa. Artista, cientista, atleta, erudito. Às vezes parece que crescer é desistir destas coisas, uma a uma. Todos nos arrependemos por coisas das quais desistimos. Algo de que sentimos falta. De que desistimos por sermos muito preguiçosos, ou por não conseguirmos nos sobressair, ou por termos medo..."

"A gente passa a nossa juventude procurando alguém para amar, alguém que nos complete... mas será que em algum lugar, há alguém procurando pela gente? " (A camera vai subindo e mostra a winnie procurando o Kevin, e o Kevin procurando a Winnie, e os dois se desencontrando...)

"Antigamente a vida era simples,
os carros eram grandes,
A gasolina era barata,
Os gramados eram verdes,
Os caras bons eram bons
E os maus eram maus
Você sabia onde pisava....
Então em 1968 aconteceu uma coisa, uma coisa importante,
fiz 12 anos e entrei para o ginásio e aquela era a minha época."

"A gente cresce num instante.
Um dia estamos de fraldas,
No outro dia, vamos embora.
Mas as recordações da infância
ficam conosco por muito tempo.
Lembro de um lugar,
de uma cidade,
de uma casa.
Como uma porção de casas.
De um jardim,
como uma porção de jardins.
De uma rua,
como uma porção de outras ruas.
A verdade é que depois de tanto tempo,
ainda me lembro.
Foram Anos Incríveis..."

"Muitos heróis passam por nossas vidas e desaparecem, mas os bons, os verdadeiros ficam com você para o resto da vida. Não me lembro daquela noite por causa do jogo, o que me lembro é que eu era jovem e que fiquei sentado até tarde da noite naquela lanchonete, tomando café com o único e verdadeiro herói que eu conheci: Meu pai, Jack Arnold, o Número 1"

"...É fácil assumir uma posição a respeito de alguma coisa quando não há risco nenhum. É fácil dar esmola prá um pobre se você guarda o resto do dinheiro prá você. É fácil tomar posição contra a guerra, desde que ninguém peça que você se sacrifique..."

"Seus filhos não são seus filhos
São filhos e filhas da vida ansiando por ela
Você pode abrigar seus corpos, mas não suas almas
Porque suas almas habitam a casa do amanhã
Porque a vida não anda pra trás, nem espera por ontem.."
(Discurso da Norma no casamento da Karen)

"Talvez não seja assim que aconteceu, mas é assim que deveria ter acontecido e é assim que eu gosto de lembrar"...

"Os professores nunca morrem,
eles vivem em nossa memória para sempre.
Eles já estavam lá quando chegamos e ficam quando vamos embora,
como se fizessem parte da escola.
De vez em quando eles nos ensinam alguma coisa,
mas não com muita freqüência.
E não os conhecemos realmente,
assim como eles também não nos conhecem.
No entanto por algum tempo acreditamos neles e talvez, se tivermos sorte, talvez haja um que acredite na gente."




Bem, por enquanto são esses.
Estou baixando o seriado completo, então, logo logo terei mais frases...





Quarta-feira, Julho 25, 2007


Quero descer pelo arco-íris
e a cada passo em direção ao horizonte
ter a sensação de descobrir um novo tempo.

Quero sim,
ir em direção ao pôr do sol
me perder na imensidão
estar alí quando adormecer entre as nuvens e montanhas.

Quero por fim,
ao brotar do novo dia
a todo momento
ter a febre de viver de uma criança...







Quinta-feira, Julho 19, 2007

"Carpe, carpe diem..."

"Mas se você escutar bem de perto, você pode ouvi-los sussurar o seu legado. Vá em frente, abaixe-se. Escute, está ouvindo? - Carpe - ouve? - Carpe, carpe diem, colham o dia garotos, tornem extraordinárias as suas vidas."
(Trecho do filme "A sociedade dos poetas mortos")

CARPE DIEM!








Quarta-feira, Julho 18, 2007

"À Procura da felicidade"



Não, não é realmente um filme "alternativo", "cult", mas é o retrato da alternativa de milhões de brasileiros, e de outros milhões sem alternativa nenhuma.
Porque, francamente, a sensação que tive, logo nos primeiros instantes do filme "À procura da felicidade" foi de que aquela história é mais brasileira que norte-americana.
Até me questionei, "poxa, por que ele não é do nosso cinema brasileiro?", "por que produzimos 'praticamente' somente filmes em torno da violência e do crime organizado no Rio de Janeiro?". Eu sei, as respostas são inúmeras...
Será que ninguém vê o retrato real dos milhões de brasileiros honestos de classe média-baixa, que batalham todos os dias por uma chance, uma oportunidade?
A verdade é que generalizamos um país inteiro como "malandros e trapaceiros" e nos esquecemos daquele pai de família, que está nesse momento se perguntando o que fazer para alimentar os filhos amanhã...
Bem, embora, o filme todo seja um tremendo "nó na garganta", sabemos que a ficção é de roteiro dirigido por alguém que escolhe o futuro do personagem, e nesse caso,
o que vemos, felizmente, é um final merecedor e honrado. Por que, em uma realidade bem próxima como a do Brasil, a grande maioria, como Chris Gardner (Will Smith), acaba nas ruas, sem rumo, sem destino, sem teto, sem graça, sem valor, sem pátria, sem nome, sem honra...
De qualquer forma, o filme é muito bom e repõe nossa esperança de que devemos ir em busca de nossos sonhos, e acreditar que tudo vai dar certo!

Ficha Técnica
Título Original: The Pursuit of Happyness
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 117 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2006
Site Oficial: www.aprocuradafelicidade.com.br
Estúdio: Columbia Pictures Corporation / Relativity Media / Escape Artists / Overbrook Entertainment
Distribuição: Sony Pictures Entertainment / Columbia Pictures
Direção: Gabriele Muccino
Roteiro: Steve Conrad
Produção: Todd Black, Jason Blumenthal, James Lassiter, Will Smith, Steve Tisch e Teddy Zee
Música: Andrea Guerra
Fotografia: Phedon Papamichael
Desenho de Produção: J. Michael Riva
Figurino: Sharen Davis
Edição: Hughes Winborne


Elenco
Will Smith (Chris Gardner)
Jaden Smith (Christopher)
Thandie Newton (Linda)
Brian Howe (Jay Twistle)
James Karen (Martin Frohm)
Dan Castellaneta (Alan Frakesh)
Kurt Fuller (Walter Ribbon)
Takayo Fischer (Sra. Chu)
Domenic Bove (Tim Ribbons)
Scott Klace (Tim Brophy)
Mark Christopher Lawrence (Wayne)
Kevin West (O maior pai do mundo)
Chris Gardner

(Informações do filme retiradas do site: www.adorocinema.cidadeinternet.com.br)





Segunda-feira, Julho 16, 2007



Los Hermanos forever!

Já faz algum tempo que a Banda Los Hermanos anunciou o fim, por tempo indeterminado, da banda.
Não imaginava que isso me deixaria tão triste. Toda vez que ouço ou vejo algo deles, me completo em lágrimas.
É que me vem em mente uma porção de momentos...
Momentos em que precisei ouví-los para compreender uma paixão.
Momentos em que precisei ouví-los para viver essa paixão.
Momentos de encontros entre amigos de Repúblicas, que o som de fundo completava a nossa amizade.
Momentos de tristeza e melancolia que somente "Los Hermanos" conseguia traduzir para a língua portuguesa cantada.
Momentos de um show "arrepiante"!
Momentos de descobrir numa "fila de pão" o sabor de ter encontrado alguém.
Momentos, mometos, momentos...
Sei que momentos passam.
Mas com "Los Hermanos", terão sempre um sabor "bem mais especial"...

Por isso, para matar um pouco da saudade, deixarei aqui alguns endereços de animações que encontrei...
"Dois Barcos" é de Ivan Mola.
E "A flor" é de Deborah Rodrigues.
http://www.youtube.com/watch?v=Qu7T91KivbM
http://www.youtube.com/watch?v=vbR1VJuf2Tw&feature=related




Segunda-feira, Julho 09, 2007



"Milk Shake"

Você conseguiria fazer um poema utilizando a palavra "Milk Shake"?
Pois é...
Imagine então, se você estivesse andando pelas ruas da cidade com o seu "par", e um vagabundo pedisse para que vocês escolhessem uma palavra para que ele compusesse uma poema. Você, (querendo complicar), pedi então para que ele componha um poema que contenha a palavra "Milk Shake". E num instante seguite escuta do simples vagabundo:

"Ilusão de sonhar acordado…
Pestanas como as limusinas.
A tua bela face, querida…
Uma lágrima no copo de vinho.
Olha esses olhos grandes,
Vê o que significas para mim.
Doces bolos e milk-shake…
Sou um anjo de ilusões,
Sou um desfile de fantasias.
Quero que saibas o que penso..
Não quero que adivinhes mais.
Não tens ideia de onde venho
Não temos ideia de para onde vamos…
Presos na vida, como ramos num rio…
Descendo com a corrente, presos pela corrente.
Eu levo-te, tu a mim…
Podia ser assim…
Não me conheces …
Não me conheces já?"


Aí você pensa:
"Incrível! Fantástico!"

É por essas e outras que o filme "Antes do Amanhecer" é meu filme romântico favorito.
Se você ainda não o assistiu, está perdendo uma ótima oportunidade de refletir sobre relacionamento, amor, paixão, encontro, acaso, destino...
E depois de chegar a alguma, ou nenhuma conclusão sobre esse "monte" de sentimentos, ainda tem de refletir com a continuação "Antes do pôr-do sol", e obter seu próprio ponto de vista sobre o final do filme onde, “Depende se você é romântico ou cínico”...

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Ambos filmes são do "perfeito" Richard Linklater



Sexta-feira, Julho 06, 2007

Nunca estamos satisfeitos...

Um almoço de arroz e feijão
está sempre incompleto.
O passeio pelas ruas do bairro
já virou rotina.
Comprar picolé do vendedor ambulante
não é tomar sorvete.
Ter um amigo verdadeiro
nunca é o bastante.
Ter condições do que é necessário
não é o suficiente.
Amar alguém
não basta para sermos felizes...
O novo é sempre muito bom,
o velho já passou do ponto.
O novo e o velho,
é no fundo uma coisa só.
Você vai ficando cego, cego
e quando vê, já não enxerga mais.
Nada te basta!
E quando se dá conta
é só mais um,
no meio de tantos outros iguais...




Domingo, Julho 01, 2007



Os acrobatas

"Subamos!
Subamos acima
Subamos além, subamos
Acima do além, subamos!
Com a posse física dos braços
Inelutavelmente galgaremos
O grande mar de estrelas
Através de milênios de luz.

Subamos!
Como dois atletas
O rosto petrificado
No pálido sorriso do esforço
Subamos acima
Com a posse física dos braços
E os músculos desmesurados
Na calma convulsa da ascensão.

Oh, acima
Mais longe que tudo
Além, mais longe que acima do além!
Como dois acrobatas
Subamos, lentíssimos
Lá onde o infinito
De tão infinito
Nem mais nome tem
Subamos!

Tensos
Pela corda luminosa
Que pende invisível
E cujos nós são astros
Queimando nas mãos
Subamos à tona
Do grande mar de estrelas
Onde dorme a noite
Subamos!

Tu e eu, herméticos
As nádegas duras
A carótida nodosa
Na fibra do pescoço
Os pés agudos em ponta.

Como no espasmo.

E quando
Lá, acima
Além, mais longe que acima do além
Adiante do véu de Betelgeuse
Depois do país de Altair
Sobre o cérebro de Deus

Num último impulso
Libertados do espírito
Despojados da carne
Nós nos possuiremos.

E morreremos
Morreremos alto, imensamente
IMENSAMENTE ALTO."

Vinícius de Moraes
(Que carrega "acima do além" Marcos VINÍCIUS e Dayane MORAES)


Sábado, Junho 30, 2007




(Sábado. Campinas. Casa dos pais. Quarto da irmã...Cólica...)

(...)

Nesse tornado
O que sou eu?
O que é você?
Quem vai dar o último golpe?
O último suspiro?
Quem vai fazer a revolução?
Qual vai ser a última geração?
Giramos, giramos!
Giramos alto
Giramos forte
Giramos sem rumo
Giramos, giramos!

Caímos.
(Um airbag salvou nossas vidas?)

E agora, para onde vamos?

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(Apenas inspirada ouvindo Radiohead...)

Airbag
Radiohead

In the next world war
In a jackknifed juggernaut
I am born again

In the neon sign
Scrolling up and down
I am born again

In an interstellar burst
I am back to save the universe

In a deep deep sleep of the innocent
I am born again

In a fast german car
I'm amazed that I survived
An airbag saved my life

In an interstellar burst
I am back to save the universe

In an interstellar burst
I am back to save the universe








"__ Acha que vão poupá-lo por suas boas intenções?
__ Meu coração me diz que as pessoas são boas. Minha experiência sugere o contrário.
__ E você, Sr. Archer? Em sua longa carreira como jornalista, acha que a maioria das pessoas são boas?
__ Não. Acho que são apenas pessoas.
__ Exatamente. É o que elas fazem que as tornam boas ou más. Um momento de amor, mesmo de um homem mau, pode dar significado a uma vida. Nenhum de nós sabe qual é o caminho que leva a Deus..."


(Trecho retirado do filme "Diamante de sangue". Vale à pena conferir!)

Ficha Técnica
Título Original: Blood Diamond
Gênero: Aventura
Tempo de Duração: 138 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2006
Site Oficial: www.diamantedesangue.com.br
Estúdio: Warner Bros. Pictures / Virtual Studios / Spring Creek Productions / Initial Entertainment Group / Bedford Falls Productions
Distribuição: Warner Bros.
Direção: Edward Zwick
Roteiro: Charles Levitt, baseado em estória de Charles Levitt e C. Gaby Mitchell
Produção: Gillian Gorfil, Marshall Herskovitz, Graham King, Darrell Roodt, Paula Weinstein e Edward Zwick
Música: James Newton Howard
Fotografia: Eduardo Serra
Desenho de Produção: Dan Wreil
Direção de Arte: Peter Wenham
Figurino: Ngila Dickinson
Edição: Steven Rosenbum
Efeitos Especiais: Pixel Magic / Chains / 11:11 Mediaworks / Flash Film Works / LOOK! Effects Inc. / Rising Sun Pictures



Quinta-feira, Junho 28, 2007


She's a Woman - Beatles (Lennon / McCartney)

"My love don’t give me no presents.
I know that she’s no peasant,
Only ever has to give me love forever and forever,
My love don’t give me presents,
Turn me on when I get lonely,
People tell me that she’s only foolin’,
I know she isn’t.
She don’t give the boys the eye,
She hates to see me cry,
She is happy just to hear me say that I will never leave her.
She don’t give the boys the eye,
She will never make me jealous,
Gives me all her time as well as lovin’,
Don’t ask me why.
She’s a woman who understands.
She’s a woman who loves her man.
My love don’t give me no presents.
I know that she’s no peasant,
Only ever has to give me love forever and forever,
My love don’t give me presents,
Turn me on when I get lonely,
People tell me that she’s only foolin’,
I know she isn’t.
She’s a woman who understands.
She’s a woman who loves her man.
My love don’t give me no presents.
I know that she’s no peasant,
Only ever has to give me love forever and forever,
My love don’t give me presents,
Turn me on when I get lonely,
People tell me that she’s only foolin’,
I know she isn’t.
She’s a woman, she’s a woman."


Ow, meu amor...
Hoje enquanto estávamos no carro, e tocou a música acima, falei que ela trazia uma fortíssima lembrança do meu pai.
Mas acabei não contando o porquê.
Agora, depois dessa terrível TPM, que você como nunca tem demonstrado toda a paciência do mundo, ocorreu-me que sinto-me como o meu pai.
É que toda vez que ele, por algum motivo, estava impaciente ou mesmo quieto, triste, colocava exatamente a música "She's a woman" para a minha mãe.
E ficava olhando-a sem dizer-lhe uma palavra. Parecia que a música era como um pedido de desculpas, por seu estado de espírito acabar magoando-a...
Sinceramente, não sei se acabo magoando-o por meus terríveis hormônios estarem a milhão...
O fato é que, como o meu pai, gostaria de retribuir-lhe, por todo o carinho e paciência, preseteando-te com a mesma música. E mesmo que ela repita "Ela é uma mulher",
pra mim é especial pelo simples fato de representar um sentimento, vindo da trilha sonoro do meu pai com a minha mãe...
Espero que goste do presente...

Amo-te, sempre sempre



Domingo, Junho 24, 2007

"Promessas de um novo mundo"

Estava de bobeira passando pelos canais da televisão, que raramente apresenta algo bom, e acabei parando num canal (não me lembro qual, mas não era da TV aberta), que anunciava o início, em instantes, do documentário "Promessas de um novo mundo". Resolvi assistí-lo, e agora vejo que não poderia ter feito melhor escolha.
O documentário é simplesmente o melhor que já assisti! Além de muito bem produzido, conta a realidade de crianças israelenses e palestinas que, apesar de viverem em Jerusalém, a poucos passos uns dos outros, vivem em perspectivas totalmente diferentes. Obtendo pensamentos e sentimentos praticamente manipulados por suas respectivas religiões. E cultivando, inclusive, ÓDIO, que lhe são transferidos como herança de uma infinita guerra no Orinte Médio.
Não há como não emocionar-se, com os relatos dessas crianças que passam sua vida em constante presença do inimigo maior de todos: O MEDO.
Uma ótima reflexão sobre o próspero "novo mundo"...





Ficha Técnica
Título Original: Promises
Gênero: Documentário
Tempo de Duração: 116 minutos
Ano de Lançamento (EUA / Palestina / Israel): 2001
Site Oficial: www.promisesproject.org
Estúdio: Promises Film Project
Distribuição: Cinemien / Grupo Estação
Direção: Justine Arlin, Carlos Bolado e B.Z. Goldberg
Roteiro: Stephen Most
Produção: Justine Arlin e B.Z. Goldberg
Fotografia: Ilan Buchbinder e Yoram Millo
Edição: Carlos Bolado



Sábado, Junho 23, 2007

As cores de Almodóvar...


"Eu ando pelo mundo prestando atenção em cores que eu não sei o nome,
cores de Almodóvar"
...


E quantas cores!
Cores que parecem saltar, vibrar, falar, rir e chorar. É sempre assim! Toda vez que vejo um filme de Pedro Almodóvar apaixono-me ainda mais por sua magnífica coleção de cores. Em minha opinião, não há diretor que melhor combine cores. Aliás, é por isso que fico obcecada por suas cores. Quero encontrá-las em tudo! A obceção acaba ficando tão grave que fico querendo achar roupas com cores e estampas de Almodóvar. É como se eu quisesse que todos entendessem das cores de que estou falando. São cores que realmente "não sei o nome". Queria poder chegar nas lojas e dizer: "Por favor, me vê uma blusinha nas cores de Almodóvar?", e a vendedora logo me mostraria uma porção delas...
A verdade é que, não sei se criei essas cores na minha cabeça, ou se realmente Almodóvar possuí o poder de deslumbrar meus olhos de "pasmo" diante suas cores exclusivas.
Acho mesmo é que, onde há vida, também há sempre uma porção de cores que vem dos olhos de quem sabe dar muito bem pelas nuances de Deus.
Você acha que coloquei imagens de mais das cores de Almodóvar?
Então comece a reparar melhor ao seu redor, e verá que as cores de Almodóvar são infinitas no seu cotidiano...





Sexta-feira, Junho 22, 2007

A cada dia convenço-me
que há uma Força maior
nesse pequeno espaço
entre você e eu.
Uma Força que,
para muitos,
é como achar um gato preto
num quarto escuro.
Uma Força que,
para poucos,
(o gato preto,
mesmo que num quarto escuro)
a fé basta-lhe para crer
que está lá...




Domingo, Junho 17, 2007


...É somente arrumar as malas e embarcar para Edimburgo...

Estávamos, meu amado e eu , descansando na confortavél sala de sua casa, quando de repente escutamos na MTV que "os britânicos do Radiohead agora viraram inspiração para a montagem de um espetáculo de balé. O coreógrafo Stephen Petronio, que já criou peças inspiradas em artistas como Rufus Wainwright e Lou Reed, acaba de concluir sua nova obra na Escócia."
Meu coração ficou simplesmente arritimado! Olhei para o rosto lindo do Mocatino, meu amor, e falamos um ao outro : "Vamos! Vamos! Vamos!"
Queria do fundo do coração que NÃO fossem apenas palavras...
Mas o que fazer?
"Esperar" que o Radiohead venha finalmente tocar no Brasil, seria um consolo. Mas essa palavra "esperar" já encheu demais minhas esperanças, que acabaram transbordadas em ilusão, a cada vez que lia alguma reportagem dizendo que eles viriam para o Brasil e eram, (como minha voz e do Mocatino), apenas palavras...

Enfim, o espetáculo vai ter a companhia "Scottish Ballet" no palco. A peça vai estrear em Edimburgo entre os dias 18 e 20 de agosto, e se você tem bom gosto e condições financeiras de ir até lá, por favor, não perca esse evento fantástico!
E o meu amor e eu?
Bem, continuaremos sonhando...






Sábado, Junho 16, 2007



"Atenção aos detalhes..."

Semana lenta. Semana extensa...
Às vezes, passamos por alguns detalhes da vida que fazem toda diferença.
Coisas bem simples acontecem em nosso cotidiano, e acabam tomando espaço daquilo que é sempre especial.
Para começar, ontem (na verdade durante toda a semana), estava sem uma das partes do todo, e quando estou assim, sinto-me à flor da pele, como diria Zeca Baleiro
"Que meu desejo se confunde com a vontade de não ser..."
Mas, graças a Deus, essa sensibilidade tornou-se necessária para que eu tivesse, em determinado momento, aquele pasmo essencial que nos leva para o "além do que se vê..."
Enfim, todos os dias ganho flores dos meus alunos. São flores apanhadas de vasos cultivados por suas mães, jardins das avós, jardins dos bairros ao redor da escola, flores compradas, recolhidas, e bem, seja lá como for, me chegam repletas de amor e carinho. E logo, as coloco dentro de um vasinho com água, que acabam florindo e alegrando ainda mais meu ambiente de trabalho.
O fato é que hoje, aconteceu algo diferente. Pelo menos dentro de mim...
Meu aluno Heitor chegou, e entregou-me o que em primeira instância, pouco chamou minha atenção e meu afeto. Já que logo depois, recebi das mãozinhas da querida Beatriz, duas lindas rosas vermelhas. E quem me conhece bem, sabe que minha flor preferida é a rosa de cor vermelha... Bem, fiquei alegre com as rosas recheadas de pétalas vermelhinhas e cheirosas e acabei deixando de lado (sem dar-me conta) da "suposta flor" que o Heitor me dera. Ela ficou lá no fundo da sala, numa carteira qualquer, e fora do vasinho que sempre destino as flores que ganho. Totalmente à merce do esquecimento.
O primeiro período passou, e na hora do intervalo dos alunos voltei à sala, para descansar um pouco.
Quando cheguei, e como é de costume, comecei a dar uma organizada no ambiente...
De repente, acabei de encontro com a "tal florzinha" e tomei lhe nas mãos pensando "O que é isso que não parece com flor?". Quando no instante seguinte, fixo meus olhos nela, e sinto que os mesmos se carregam de lágrimas espontâneas que inevitavelmente começam a cair...
A "suposta flor", que eu por tanto tempo ignorei, era na verdade, um pequeno galho com um broto pequenino e bem fechadinho da minha rosa favorita.
E nessa hora senti-me muito mal, por que mostrei a todos da sala de aula, as maravilhosas rosas que a Beatriz me dera, deixando a do Heitor de lado, pela falta de atenção em reparar nos importantes detalhes, de que são formados os mais sublimes sentimentos.
Mas no fundo, tudo isso serviu-me para novamente ficar atenta aos detalhes.
E repito a mim, diante esse imenso espelho de minha alma:

"Pare, atente-se aos detalhes!"

Após o retorno dos alunos à sala de aula, um abraço longo e silencioso no também, querido Heitor...




Domingo, Junho 10, 2007




"Bem que se quis
depois de tudo ainda ser feliz..."


Ai, ai...É sempre assim. A cada nova fase da vida, me vem logo Marisa Monte lembrando, que no fim de tudo, o que mais queremos (ou diria ainda, o que SÓ queremos) é ser feliz...
Eu sei que é bem complexo esse conceito de felicidade. Aliás, a cada fase da vida esse sentimento de "ser feliz" vai mudando, ficando diferente...
Quando criança, ser feliz era ir ao clube com meus pais. Transformar a garagem de casa num restaurante, com as amiguinhas. Ou ainda, transformá-la numa verdadeira mansão da Barbie. Era brincar de "Porta-Bandeira", com um bando de amigos queridos. Brincar de "Siga o Mestre", onde todos estavam com suas bicicletas, e eu com minha linda CECI rosa. Era tomar um delicioso "Chup-chup", comprado na casa da Dona Maria. Era ter como compromisso, a festa de aniversário daquela amiga, no salão de festas, todo arrumado. Depois encher a barriga, (até não aguentar mais), de salgadinhos, brigadeiros, beijinhos, e ainda, sair com uma sacolinha surpresa...
Depois veio aquela fase dos 12 anos até os 15, quando ser adolescente é um "delicioso problema". Nossa! Ser feliz era assistir aos jogos do Palmeiras (era fanática por futebol na época). Ir à bailinhos no salão do condomínio, e dançar com a vassoura na hora das lentas (tudo bem vai, isso não era legal, mas hoje me da saudade...). Ajudar e participar da Festa Junina da comunidade. Ir ao cinema com os amigos. Passar horas e horas conversando, na famosa "viradinha" da rua do meio. Levar bronca do síndico, que não era o Tim Maia, mas era nosso amigo. Subir no pé de manga na casa da Gabi. Comer pipoca com manteiga. Ir aos sambas na Pedreira do Chapadão. Colecionar papel de carta. Reunir-se com as amigas para escrever no diário, e causar certa curiosidade nos meninos. Excursões (milhares) para o Playcenter, feita pela única mãe da turma que responsabilizava-se pela viagem, viva a Dona Fátima! E bem, outras tantas coisas que são incontáveis, graças a Deus...
Daí, quando se faz 18 anos, ser feliz é tirar carta, viajar sozinha, sair para baladinhas, dormir na casa das amigas e enfim, entrar para a universidade.
Bom, tenho que admitir que a fase da Universidade é fantástica. Realmente está no nome, um novo Universo surge e nunca mais voltamos ao que antes pertenciamos.
Para mim, mudança de cidade, de estilo de vida, mudança de visual, de pensamento (constantemente). É aquela fase onde todos precisam "auto afirma-se", e aí vale tudo. No meu caso, um visual bem hippie dos anos 70. Muitas saias coloridas. Cabelo cacheado enorme, trancinhas. Lembro-me, que na minha sala, do curso de Letras, era conhecida como "Dayane, a hippie". Hoje acho graça de tudo isso, mas na época, ser assim transbordava o meu ego de alegria... Quanta futilidade, meu Deus. Mas, faz parte dessa fase "Faculdade"...Que também nos traz muitos amigos, conhecidos, aprendizados. Ser feliz era participar de uma República. A minha, "República Acerola". Kelly, Cínthia e Meiri. Seria impossível descrever aqui, o que foi morar com elas...Banho de sol. Conversas, até no escuro do quarto. Muita amizade, risadas, companheirismo. Comidinhas. Guloseimas. Filmes. Novelas. Cappuccino. Festinhas. Teve também os muitos agregados. Noites inteiras de truco na sala. As festinhas na República Comurba (quantas baladinhas com os meninos que moravam lá)...E lógico, ser feliz era também assistir as aulas. Teoria Literária. Análise de poesias e de contos. As misteriosas descobertas da vida de Fernando Pessoa. As aulas espetaculares da Jô, sobre a vida de Shakespeare. A pesquisa sobre o Tropicalismo com a Déa, e nossa apresentação sobre o tema fazendo, até mesmo, a professora emocionar-se...e muitas, muitas outras.
E enfim, o gostinho de ser formada. Trabalhar, trabalhar e trabalhar. A felicidade em lecionar e viver um dia diferente do outro.
Dois anos já formada.
Concursada da prefeitura de Piracicaba.
Morando novamente com Kelly e Meiri.
Namorando.
Mil sonhos na cabeça.
Planos de voltar a estudar...
É, é por essa fase que estou passando. Ainda não a compreendo muito bem, estou em adaptação.
Se sou feliz?
Bem, é como eu disse, esse conceito muda bastante de tempo em tempo.
Acho mesmo é que acabamos nos dando conta de que fomos felizes, só depois que passamos por cada fase. Mas o mais engraçado, é que aquele conceito de felicidade já não existe mais. É de outrora.
Nessa minha maturidade, penso que não existe mais o termo "Ser feliz", e sim "Estar feliz".
E hoje, minha querida Marisa Monte, considero que
Depois de tudo,
AINDA estou feliz...



Sábado, Junho 09, 2007




"Tout Le Monde"
Carla Bruni

Tout le monde est une drôle de personne,
Et tout le monde a l'âme emmêlée,
Tout le monde a de l'enfance qui ronronne,
Au fond d'une poche oubliée,
Tout le monde a des restes de rêves,
Et des coins de vie dévastés,
Tout le monde a cherché quelque chose un jour,
Mais tout le monde ne l'a pas trouvé,
Mais tout le monde ne l'a pas trouvé.

Il faudrait que tout le monde réclame auprès des autorités,
Une loi contre toute notre solitude,
Que personne ne soit oublié,
Et que personne ne soit oublié

Tout le monde a une seule vie qui passe,
Mais tout le monde ne s'en souvient pas,
J'en vois qui la plient et même qui la cassent,
Et j'en vois qui ne la voient même pas,
Et j'en vois qui ne la voient même pas.

Il faudrait que tout le monde réclame auprès des autorités,
Une loi contre toute notre indifférence,
Que personne ne soit oublié,
Et que personne ne soit oublié.

Tout le monde est une drôle de personne,
Et tout le monde a une âme emmêlée,
Tout le monde a de l'enfance qui résonne,
Au fond d'une heure oubliée,
Au fond d'une heure oubliée.


"...Todo mundo é uma pessoa engraçada
E todo mundo tem a alma emaranhada
Todo mundo tem uma infância que ressoa
No fundo de uma hora esquecida..."




Quinta-feira, Junho 07, 2007


Você, eu e finalmente nós

Você é a cozinha e eu o quarto,
nós somos a casa.
Você é o video cassete e eu o DVD,
nós somos o filme.
Você é a máquina de escrever e eu o diário,
nós somos a poesia.
Você é a xícara quebrada e eu o copo de vidro,
nós somos o bico da garrafa.
Você é o preto e eu o verde,
nós somos o branco.
Você é a bagunça na casa e eu a ordem,
nós somos os habitantes.
Você é a pizza e eu o açaí,
nós somos a lasanha.
Você é a cerveja e eu a batida,
nós somos o vinho tinto suave.
Você é o sorvete e eu o sonho,
nós somos a torta de limão.
Você é o agora e eu o depois,
nós somos eternos.
Você é o rock e eu a MPB,
nós somos Balão Mágico.
Você é a guitarra e eu o violão,
nós somos a banda.
Você é "2001-Uma odisséia no espaço" e eu "Antes do Amanhecer",
nós somos "Walking Life".
Você é o bar e eu o aconchego do lar,
nós somos o passeio de mãos dadas.
Você é a razão e eu a emoção,
nós somos vice-versa.
Você é o prático e eu a complicada,
nós somos difíceis.
Você é o anti-social e eu a caridosa,
nós somos fiéis ao que acreditamos.
Você é a bola e eu a boneca,
nós somos o cubo mágico.
Você é a lua e eu sou o sol,
nós somos o planeta B-612.
Você é o pequeno príncipe e eu a rosa,
nós somos eternamente responsáveis um pelo outro.
Você é "O guia do mochileiro das galáxias", e eu "1984"
nós somos "O apanhador no campo de centeio".
Você é a coragem e eu a insegurança,
nós nos apoiamos um no outro.
Você é isso e eu aquilo,
nós somos o que liga um ao outro.
Esse "você" e esse "eu",
sem o "nós"
é incompleto...





Uma pausa...

Ai, que delícia!
Feriadinho interrompendo essa correria do dia-a-dia.
Lento o tempo,
Tempo lento.
É quase raro ter essa sensação de que o tempo está passando lento, nessa velocidade da luz.
Mas hoje, estou com essa deliciosa sensação.
De pijama pela casa o dia todo.
Cabelo embramado.
Chinelo havaianas do namorado, com meia (maior que meu pé, e menor que meu prazer de usá-lo).
Musiquinha francesa para relaxar.
Namorado apaixonado para namorar...

Ai, ai,
que o agora desse dia,
prolongue-se em eterno sentimento...


*Ouvindo Carla Bruni, voz rara!

http://www.youtube.com/watch?v=GsUlSvtziXU&mode=related&search=
http://www.youtube.com/watch?v=b5en2aQAZ1Y



Domingo, Junho 03, 2007



Finzinho desse dia de sábado chuvoso...

O dia hoje foi estranho como Arnaldo Antunes. Triste, como uma música de Thom Yorke. Confuso, como uma pintura surreal, de Salvador Dali. Cinza, como o céu lá fora...
Tem dias em que me sinto assim. Percorro caminhos desconhecidos dessa alma que em mim habita. E a cada passo dessa viagem, um sentimento novo é descoberto, revivido, vivenciado.
Num fechar de olhos estou lá. Num tempo onde o desenho captado por luz, não era frio como uma máquina digital. Está tudo aqui. Guardado num velho álbum de fotografias de infância.
Desço no mais fundo do meu ser, e me componho uma colcha de retalhos coloridos, onde num piscar de olhos, o colorido vai aos poucos tornando-se preto e branco. Agora descubro o porquê do meu fascínio por fotografias "PB". Não há "fotoshop" que mude o que já passou, consertando aquilo que não ficou bom. Dando cores e brilhos novos, para algo que pertence a outrora.
Nesse escuro e claro, preto e branco tudo é uma incógnita.
Querer que todas as escolhas sejam plausíveis, é perder totalmente a graça de aprender com os fracassos, os erros, os perdões.
E sei que tatear o futuro, num caminho escuro, é um tanto incerto.
Então, sinto que tudo continuará como está, até o instante seguinte.
Afinal, tudo é transitório. Tudo é ilusório.
Bem, de volta a superfície, sei que amanhã é outro dia.
E ainda que não haja sol, terá sempre Jorge Ben, cantando pra alegrar um dia de chuva, e também pra "menina bonita não chorar"...

(Comecei a escrever no final de sábado, e num instante seguinte já é domingo...)



Sábado, Junho 02, 2007



Casa dos pais...

Quarto antigo.
Colo.
Aconchego.
Lar!
De repente, um objeto encontrado na gavetinha de recordações,
que traz imediatamente uma saudade apertada.
Saudade.
Saudade de um tempo remoto.
Quando as certezas,
eram ilusões de uma realidade inventada.
Admirar o pôr-do-sol,
ainda não era para, apenas,
os dias mais tristes.
E a mesma chuva,
que cai
desse mesmo céu,
era motivo para um delicioso
banho de chuva.

O tempo passa.
E o que fica,
é um ardente nó na garganta
que com a gente,
acaba guardado
no fundinho daquela gaveta
que não é de madeira,
que não é um móvel,
e que nem limites tem.
É uma gaveta, no interior de cada um de nós.



"Saudade de você, ainda que no porta-retrato..."



Sexta-feira, Junho 01, 2007



Dica de Filme: "O Labirinto do Fauno"

Que graça tem a realidade sem a fantasia?

Uma garota, uma princesa, um gafanhoto, uma fada, um labirinto, um fauno, um livro...
Se você torce pelo Peter Pan, sente a dor da Fera, mergulha no país maravilhoso de Alice, acredita nas histórias de Ed Bloome, e seu fabuloso Peixe Grande, então não pode perder "O Labirinto do Fauno".
Um filme que mistura a realidade política de uma dura época de guerra cívil na Espanha, à fantasia do universo da doce Ofélia, uma garotinha fanática por livros de fábulas...
Um delicioso filme para assistir ao lado de alguém, que como você, deixa sempre a criança correr pela casa...

(Moca, obrigada pelo filme, pelo peito quentinho, e pelo sono delicioso...)

Ficha Técnica
Título Original: El Laberinto del Fauno
Gênero: Suspense
Tempo de Duração: 112 minutos
Ano de Lançamento (México / Espanha / EUA): 2006
Site Oficial: www.panslabyrinth.com
Estúdio: Warner Bros. Pictures / Telecinco / Estudios Piccaso / Tequila Gang / Esperanto Filmoj / OMM / Sententia Entertainment
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Direção: Guillermo del Toro
Roteiro: Guillermo del Toro
Produção: Álvaro Augustín, Alfonso Cuarón, Bertha Navarro, Guillermo del Toro e Frida Torresblanco
Música: Javier Navarrete
Fotografia: Guillermo Navarro
Desenho de Produção: Eugenio Caballero
Figurino: Lala Huete e Rocío Redondo
Edição: Bernat Vilaplana
Efeitos Especiais: CafeFX

Quarta-feira, Maio 30, 2007



E essa arte de ensinar, me leva além...


Ser professora é algo mesmo maravilhoso! Tudo bem, eu sei que dizer apenas que ser professora é maravilhoso, parece bem clichê. Mas não preciso de uma longa explicação para, enfim, definir o que para mim, é ser professora...
Mesmo assim, há pontos que quero ressaltar...
Cada dia um sentimento novo.
Um aprendizado novo.
Uma brincadeira nova.
Um desenho diferente.
Uma alegria espontânea, ao conseguir ler uma palavra nova.
Um ponto de vista.
Uma vista de um ponto.
Uma risada.
Várias gargalhadas.
Choros.
Brigas.
Um palavrão.
Uma piada.
Um adivinha.
Um conjunto "harmônico" de vozes que falam, falam, falam.
E como falam, meu Deus!!!
E em meio a tantas falas, tantas conversas, é claro que surgem assuntos muito interessantes. E é por isso, que a partir de hoje, começarei a registras aqui, algumas "reflexões filosóficas" dos meus "pequenos-grandes" pensadores. Quando surgirem, é claro.
É incrível como muitos pensamentos são questões/dúvidas surgidas com seis anos, e que perduram, em alguns casos, (como o meu, por exemplo), a vida toda.
Enfim, vale à pena conferir...

Reflexões filosóficas de Matheus, 6 anos:

I) (Em meio a uma, das muitas aulas, ensinando ver as horas no relógio...)

"__Professora, então o relógio marca o tempo, né!?
E se a gente parasse o relógio? Daí a gente não poderia marcar o tempo. E então você não poderia nos dizer que 'tem hora pra tudo', e daí podíamos ir ao parque o tempo em que a gente quisesse, não teria o relógio pra mostrar a hora certa do parque. Por que não ía ter hora certa.
(...) Pensando bem professora, eu não quero aprender a ver as horas..."


(silêncio na sala, e eu com relógio na mão, sem saber bem o que dizer...)

II) (Em meio a uma aula de ciências, onde fiz a seguinte pergunta ao grupo "Quais são as principais diferenças no corpo das meninas e dos meninos, homens e mulheres?"). E novamente o Matheus:

"__ É a cabeça.
' __ Como assim Matheus?'
__ É o modo como eles pensam. Só isso é diferente."


(...)

O salário pode não ser mesmo bom.
Mas poder ensinar e educar, fazendo parte da construção social, crítica, reflexiva e humana de diferentes tipos de pessoas, é imensamente compensador.
Ainda mais, quando ao final de um dia letivo, vai-se embora com a seguinte frase no coração:
"Professora, eu te amo tanto..."



Domingo, Maio 27, 2007



"Um amor assim delicado..."

Domigo à noitenha é sempre bom pra fazermos um balanço geral de como estamos levando a vida, os acontecimentos cotidianos, os imprevistos. E para mim, enquanto educadora, dia de rever os conteúdos trabalhados em sala de aula. Pensar, o que e como fazer, com os alunos mais "problemáticos", com dificuldades de aprendizado. Pensar na melhor prática educativa, e analizar pontos positivos e negativos daquilo que temos feito em sala de aula. Bom, quem é professor, sabe bem o que estou querendo dizer...
Mas, também não é só para isso que serve um domingo à noitinha...Serve também para namorar, ler, escutar uma musiquinha suave, tipo Zeca Baleiro, Chico Buarque, Tete, Sigur Rós, e também o bom e sempre Los Hermanos, diria que o "Quatro", de preferência.
Porém hoje, neste momento, o domingo à noitinha, me traz uma longo reflexão, de como estou sendo enquanto namorada. É isso, mesmo.
Eu sei, sei, o quanto é complicado ser crítica numa hora dessas, mas, bem, estou realmente precisando...
Tenho que confessar, que não venho cumprindo bem meu papel de companheira. Deixando coisas simples e importantes de lado.
Andar pelas ruas de mãos dadas. Escolher um filme juntos, (não tenho dado a opção justa, do meu querido escolher).
Não tenho escrito bilhetinhos inesperados. Feito surpresas ao final do dia. Preparado comidinhas junto com meu amor. Não tenho tido o pasmo essencial que precisamos ter em momentos únicos e especiais...
Tenho sim, cobrado, cobrado e cobrado...cobrado atitudes que não tenho cumprido.
É a velha mania do ser humano, de sempre esperar do outro, que ele faça, e esquecer que o principal é dar sem esperar nada em troca, aliás, esse esperar acaba sempre sendo recíproco se você toma atitudes com o coração...
Esse pensamento de como tenho sido enquanto namorada tem me deixado um bucado triste.
Poxa, eu não sou assim. Eu não quero que seja assim. Não, não, não!
Fico aqui entre pensar e agir e não sei bem por onde começar.
Queria mesmo, mostrar ao meu amor o quanto é grande o que sinto por ele.
Deitá-lo em meu peito e fazê-lo interpretar o som do meu coração.
Ser para ele poesia e canção.
Aquecê-lo no toque suave dos meus dedos.
Enchê-lo de inspiração para uma nova melodia.
Fazê-lo sorrir, mesmo com o motor da geladeira queimado...

Por que somos tão mesquinhas, de vez em quando?
Por que deixamos tantas coisas banais prejudicar o nosso amor?
Por que não somos o tempo todo apaixonados?

Poxa, eu o amo tanto...
Hoje eu só queria que ele soubesse...
E se está aqui do meu lado, então estou indo tentar...
E não vou desistir.
Vou tentar até conseguir,
com que, novamente,
Seus olhos brilhem, com multicores
e saltem para aquela visão,
do lugar onde só nós conhecemos.

E hoje e sempre, faço do seu poema, os meus recíprocos sentimentos...

"Se quiseres me amar, vou estar de peito aberto...
Vou estar de peito aberto para ambas as setas...
Vou seguir pelo meio, caminho estreito...Onde mora a ilusão...
Nem eu mesmo sei se sou real...
Deixo de ser um leão e minhas garras não precisam mais ferir a ninguém...
Pelo simples fato de que já não posso ser ferido...
Nem a mais extensa lâmina seria capaz de atingir meu coração...
Nem ao menos preciso ser forte, por que agora já não há o que temer...
Não carrego nada além da leveza do meu espírito...
Meus ouvidos se fecharam para o TU DEVES que um Dragão antes ditava...
O tempo se regozija agora como uma de minhas extensões...
E como um dedo, o instante aponta [*em] minha direção...
Me transformo em eterna criança,
correndo no vento sem a certeza do PORQUE NÃO..."
(Marcos Mocatino)




Quinta-feira, Maio 24, 2007



Amor que rima

Irmã amiga,
para toda a vida.
Cúmplice
Comédia
Choro
Novela.
Filme contigo,
colo antigo.
Passeio na feira,
pastel com cerveja.
Acampamento na praia,
sorriso na cara.
Roupas no varal,
estilo natural.
Prosa e poesia,
canção melodia
Encontros e desencontros,
Amores e encantos.
Samba no pé,
parceria de pé.
Forró com estilo
somente contigo.
Com o Punk,
na certa,
a levada da Breca.
Sol e Lua,
a gente na rua.
Perto ou longe
amizade importante.
Érica e Dayane
rima constante.


Quando a saudade desperta,
o peito aperta...

Pela janela...

Pela janela de meu quarto, nessa tumultuada Avenida São João,
hoje de manhã cedinho, chovia.
Uma chuvinha fina e fria.
De um lado da calçada,
um mendigo
coberto por um velho cobertor,
caminhava rapidamente.

Certamente tinha frio.
Fome.
Cansaço.

Pela janela de meu quarto, nessa tumultuada Avenida São João,
hoje de manhã cedinho, chovia.
Uma chuvinha fina e fria.
De uma vista um pouco distante,
um belíssimo prédio.
Lares de famílias,
que se deliciavam debaixo
de um cobertor limpo.

Certamente quentes.
Satisfeitos.
Descansados.

Pela janela de meu quarto,
a injustiça social continua
exposta em tantas outras
jenelas do Brasil.
O discurso Neo-liberalista
continua convertendo-se em nosso
"Neo-egoísmo":

"Eu vou vencer na vida".
"Eu vou ficar muito rico".
"Eu não tenho nada com isso".

Frases no singular...
Na primeira "maldita" pessoa do singular.
Que não traz consigo
a "casa da humanidade",
por sentir-se
apenas
uma singular pessoa.



"Fica estabelecida, durante dez séculos,
a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora."
(Thiago de Mello)




Sábado, Maio 19, 2007

"Walking Life..."

Hoje perdi o sono cedo demais...
É estranho.
De repente você está num outro plano e,
instanteneamente,
algo parece jogar-te num buraco,
para baixo de sua cama,
ou num abismo
para cima, no teto branco de seu quarto.
Justo o conjunto, teto e cama, que parece dar-te tanta proteção...
De repente os olhos saltam.
O coração dispara.
O corpo formiga.
Viro de um lado,
viro de outro,
e num movimento tudo está, demasiadamente, em outro lugar.
"_Onde estou?"
Pergunto, em vão, para mim mesmo.
E num instante,
tenho a sensação de que
não sei se durmo,
ou se "sonhei que acordava".





Quinta-feira, Maio 17, 2007

(abre parênteses)

E se pareço neurótica
por ser as minhas verdades...
E se, de repente,
minhas verdades
são neoróticas mentiras...
E se apaixono-me
por complicados poétas...
E se danço,
mesmo que em meio,
a melancolia da música...
E se o vendedor de drops
cativa-me por sua coragem e ousadia...
E se aos dez anos de idade
ser educadora era sonho,
e agora
é amor e agonia...
E se meu sorriso,
é, às vezes,
espontâneo
como o de uma criança,
que brinca no gira-gira
e noutro
como o de Mona Lisa...
E se meu choro
é, ás vezes,
jorrado como
a água da tempestade
e noutro
intalado como
um nó na garganta...
E se ora
minha mordida é de amor,
noutra
de ódio...

E se todo esse
"se", de poema improvisado
é apenas
meu inconstante
pasmo particular,
dessa minha mania
de ser e estar agora
que impossibilita-me do
"Se eu pudesse ser quem você queria o tempo todo"

(fecha parênteses)


"Se" pareço sem sentido
Ah, "se" sentido tivesse...





Sábado, Maio 12, 2007

Dica de livro:

"Ensaio sobre a cegueira", de José Saramago.

O romance de José Saramago nos faz refletir sobre o papel do ser humano perante o mundo em que vive e, principalmente, sobre as relações entre o indivíduo e o coletivo.
Além disso, o que mais chamou-me atenção na obra de Saramago, é a representação feminina, "na qual a mulher constrói sua identidade dentro do mais inconcebível caos, a partir da suspensão das antigas convenções sociais", (Raquel Wandelli). O autor atribiu a personagem "a responsabilidade de ter olhos quando os outros os perderam", (página 241).
Mas do que revelar a mulher como verdadeira heroína, é interessante o modo como Saramago desconstrói os valores de uma sociedade machista, onde o homem tem sempre que ocupar papéis de poder: líder político, o chefe de casa, e símbolo absoluto de força (física e intelectual).
E tanto isso se faz presente na obra, que nos deparamos até mesmo com uma cena onde a personagem prostituta, sem instrução alguma, nos aparece como uma verdadeira "filósofa da vida".

"Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos", (página 262).

Outro aspecto interessante, do ponto de vista metafórico da obra, é que os personagens são "anônimos", ou seja, Saramago não dá nome aos personagens, o que causa uma sensação de que esses personagens refletem aquilo que somos verdadeiramente, e não apenas numa história de ficção. Aquele determinado comportamento não é dele, dela, do médico, da mulher, mas sim "nosso", o do ser humano.

"Se não somos capazes de viver inteiramente como pessoas, ao menos façamos tudo para não vivermos inteiramente como animais..."

;)




(...)

Basta-me instantes longe de você,
para que o frio seja realmente frio.
Basta-me um dia sem ver-te,
para que cada segundo caiba no espaço de uma eternidade.
Basta-me, enfim,
que mesmo longe,
estejamos cada vez mais longe de si,
e perto de nós.



Sexta-feira, Maio 11, 2007

Mãe

Fiquei horas aqui, diante essa página em branco tentando escrever algo para você.
Sabe, ando escrevendo bastante, mas em se tratando de escrever para você, qualquer coisa que eu venha a escrever parece estúpido e pequeno, perto daquilo que representa em minha vida...
Já faz algum tempo que ando percorrendo lembranças, onde ninguém mais existe além de mim e você. De você e de mim...
São momentos tão especiais e simples, mas que causam-me tanta felicidade nostálgica...
Você e eu descendo de mãos dadas para a escolinha. Eu com aquele uniforme limpinho, conga azul e um choro travado na garganta, não querendo entrar na escola. Lembro-me de você com os olhos carregados de lágrimas, tendo de soltar a minha mãozinha, e deixar-me seguir no caminho árduo que é crescer.
Existem momentos e sensações que são eternos dentro de mim.
Noites frias em que minha infecção de ouvido não me deixava dormir, e eu me contorcia no seu colo quente... Sei que parece bem estranho dizer isso, mas sinto falta daquela sensação de proteção, que de todas as pessoas do mundo, só você podia me dar. Ainda hoje, minha mãe, sei que só você pode dar. Pode ter certeza disso.
E ainda tinham as infinitas idas ao médico. Meu Deus! Quantos exames! E você ali, de olho naquela agulha no meu bracinho fino...
Lembra-te daquela velhinha que me benzeu?
Que poder a nossa dupla fé, hein mãe?!
Nunca mais tive dores de ouvido.
À parte isso, teve toda minha infância, uma "menina-moleque" chorona. Cabelos presos, corpo sem definição nenhuma, sonhadora de castelos e príncipes encantados. Bicicleta Ceci rosa. Patins. Mil "Moranguinhos". Poney (lembra o que fiz para ganhar todos? ), Chuquinhas, Barbies, lousinha de professora, diários, agendas. "Esconde-esconde", (quebrando vários vasos dos vizinhos) "Mamãe da rua", "Pega-pega", "Polícia e Ladrão", entre diversas outras brincadeiras que compunham a minha geração. ÔÔÔÔÔ saudade!
Depois vieram os "bailinhos" no Salão do condomínio. A menstruação. As terríveis cólicas. Os amores de adolescência "__ Minha filha, você ama demais".
Suas preocupações por eu "sempre" amar demais...
Meus 15 anos. O "Pepito" dado com tanto amor e carinho. Nunca esqueci daquele momento. Do que você me disse naqueles eternos instantes.
(Os cabelos ainda presos).
Depois veio o magistério.
A escolha do curso universitário.
A UNIMEP. Quão difícil foi concluir o curso. Só nós sabemos...
A mudança para Piracicaba. Lembra como você chorou pelos ursinhos levados embora?
Enfim, minha formatura! Que dia aquele! Você e meu pai dançado e cantando ao som de uma alegria única. Gostosa. Verdadeira. Compartilhada.
E o "nosso" tão almejado sonho: dar aulas. Quem diria, nós duas na mesma escola, dividindo muito mais que trabalho. Posso dizer hoje mãe, que nossa amizade eternizou-se durante esse tempo. Foi especialíssimo trabalhar contigo. (Você sabe que só voltei para Campinas no ano de 2006 por sua causa).
E agora, nesse "roda mundo-roda gigante" que é a vida, cá estou eu de volta à Piracicaba. E desta vez com mais um sonho conquistado.
"__ Ow minha filha, ainda vou vê-la assim, no parquinho de uma escola, concursada e feliz".
E não é que passei em 2° lugar no concurso. Volta e meia, quando estou no parque e vejo pessoas passarem, nos vejo do outro lado da cerca imaginando quando chegaria a minha vez. E ela chegou mãe. Graças a sua sempre fé e confiança no meu trabalho, no meu sonho.
É, os anos passaram. Mas com você posso continuar sendo aquela mesma menina.
Que aprendeu a "ser e estar" de modo verdadeiro, digno e pleno.
E hoje, minha mãe, corro contra o vento, nesse imenso campo de centeio.
Os cabelos já não estão presos, e eu tenho um mundo dado por você, para que eu possa explorá-lo da melhor maneira.
E eu, só tenho a agradecê-la por isso.
Obrigada, parece, (como já disse), "estúpido e pequeno".
Mas preste atenção quando meus olhos cruzarem com os seus, e saberá o que é essa "coisa" que existe entre você e eu, eu e você, que cabe somente a "nós" entender.

Amo-te.





Quarta-feira, Maio 09, 2007

"Às vezes, comer cocô de passarinho tem gosto de bala"...

É quando num fim de tarde frio e cinzento, o filme "Filhos do Paraíso" surge em minha mente, em meio a um turbilhão de pensamentos vagos de fé...
Daí me questiono "como posso reclamar"?
Como achar que me falta algo?
Como querer o dinheiro para o cinema, o teatro, o show, a cerveja no final da tarde?
O dinheiro para aquele livro?
Para aquele curso tão almejado de Fotografia?
Para as aulas de Yoga?
Para "aquela" viagem?
Para a tela de pintura prometida ao namorado?
O dinheiro para o tão merecido presente da mamãe?
(...)
Daí fecho meus olhos, sentada numa porcaria de ônibus lotado, voltando de mais um dia de trabalho na escola, e visualizo Ali e Zahra (Personagens do filme "Filhos do paraíso").
Neste momento, não tenho a metade da força de vontade deles.
Mas, bem.
Eu tenho sapatos.


(E é em momentos assim, que me admito como em uma frase de um personagem de Richard Linklater "às vezes, comer cocô de passarinho tem gosto de bala.")


Tudo bem. Eu não fico assim todo o dia.
Mas, poxa!
Hoje eu fiquei.





Terça-feira, Maio 08, 2007



Ah, essas borboletas...
Era para ser um dia qualquer, mas era 8 de julho e eu completava mais uma primavera...
Bem, como em todos aniversários; telefonemas, mensagens, e toda essa coisa que fazem, quando alguém faz anos de vida. Até parece que merecemos os parabéns por ficarmos mais velhos e chatos...
Porém, eu sempre espero que me desejem que eu não cresça nunca, "que me cure de ser grande". Então acabo transferindo tudo de bom que recebo para esse único pensamento. Sabe, isso me faz um bem danado, e é por isso que gosto sim, de fazer aniversários. É como se fortalecesse meu desejo: "Deus, me cure de ser grande"...
Mas, voltando a esse 8 de julho, especificamente, um telefonema especialíssimo tocou meu coração e me dispertou uma ansiedade enorme, (como já sabem sou ansiosa ao extremo).
Era a borboleta Carolina e ela me dizia o seguinte:
"Amiga, estava na feira do livro na UNICAMP e me lembrei muito de você, ao ver um livro. Sei lá porquê. Aliás, eu nunca o vi antes e nem sei se é bom. Mas, segui a minha intuição e acabei o comprando para você. Depois você me diz o que achou, tá?!"
Fiquei super "instigada" a ler o tal livro, afinal, quem conhece a borboleta Carolina, sabe que a intuição dela é das fortes!
Dias se passaram e o livro chegou, enfim, em minhas mãos. Logo, o título chamou-me atenção "A arte de cultivar o afeto"...
Refleti um instante sobre o título e pensei, de maneira preconceituosa, "Meus Deus! Um livro de Auto-ajuda!". É que não sou chegada nesse tipo de leitura, mas vindo de quem veio, comecei então a devorá-lo.
Uma delícia de livro! Nada de "auto-ajuda"! É a história de um "AMORZEIRO"...Linda! Linda! Linda!
Devo ressaltar, que justamente nessa época procurava explicações "inexplicáveis", para um amor inexprimível! Sabe quando você está querendo entender tão forte paixão? Pois é, estava exatamente assim. Queria encontrar-me em alguma música, poesia, filme, história de amor, mas nada refletia o que estava sentindo.
Digo nada, até o momento em que uma história do livro chegou para aquietar meu coração perdido. É incrível! Mas essa história explica-me até hoje, o poder das "fantásticas e misteriosas borboletas azuis". E como não poderia ser diferente, chegou-me, exatamente, nas "Asas da Borboleta" Carolina...

Aí segue a história (Moca, ela traduzirá para sempre esse "você em mim"...)

"Apaixonados, eu olhava para ele e ele para mim, e no olhar nós tudo entendíamos. As nascentes e os rios se unificavam. Lagos, oceanos e mares se reuniam. As florestas de um único tronco se compunham. O universo se decifrava. Esfreguei meu rosto, despertei meus olhos procurando me recobrar de estranho aturdimento.Era como se soubéssemos nossos nomes e lêssemos um do outro os sentimentos. Nesse encantamento, nós nos entregamos um ao outro completamente, loucamente, naturalmente.
Tudo então ganhou sentido. Os nomes das coisas se revelaram. Olhamos a nossa volta. Olhamos longe, bem longe, no horizonte.
O mundo havia se partido num antes e num depois. As coisas envelhecidas tinham ficado para trás. E o novo explodiu como um choro de criança recém-nascida. As nuvens no céu estavam carregadas de flores. E anjos, como meninas e meninos travessos, risonhos e ruidosos galopavam em seus cavalos alados numa planície sem fim.
Meu coração batia forte, mas pulsava diferente, como se nele respirasse fundo o universo. Senti que voávamos nas asas de uma fantástica e misteriosa borboleta azul. Voávamos, voávamos cada vez mais alto, mas velozes. Para onde vamos? Perguntei. 'Vamos para o infinito!', respondeu o amorzeiro. Nossos corpos se abraçavam e se enlançavam cada vez mais forte, nossas bocas se tocavam tão unidas que bebíamos um do outro o hálito quente.
Voávamos rápido, cada vez mais rápido, mas rápido, cada um mais distante de si, e mais perto de nós.
Inebriada de tanta felicidade, de tanto gozo, exclamei:
'Ai, que loucura, amorzeiro! Que gostosa afeição!' Tudo serenou. Uma brisa suave percorreu nossos corpos ainda ofegantes e à deriva nas ondas de um oceano quente. Um perfume gostoso nos envolveu como um suave abraço. Abri lentamente os olhos da alma e mirei. então vi que o amorzeiro havia florido, que quase tocava o céu e, esvoaçantes sobre suas flores, uma multidão das fantásticas e misteriosas borboletas azuis.' Que coisa maravilhosa é essa!, amorzeiro meu! Que majestade nos reveste e nos coloca acima dos anjos e tão perto de Deus? A sua sombra, amorzeiro, quero terminar meus dias e morrer em paz' Que mais posso desejar se encontrei o amorzeiro da minha vida? Tinha o sentimento de ter vivido uma eternidade num instante."

(História retirada do Livro "A arte de cultivar o afeto" de J. Alves.)





Domingo, Maio 06, 2007

Há Tanto Espaço...
O começo de qualquer coisa é sempre recebido por mim com muita ansiedade. Foi sempre assim.
Minha mãe me conta que quando eu era pequena, nunca viu um bebê começar a andar como eu. O fato é que eu era tão impaciente, e logo, ansiosa, que ao invés de me apoiar no andador, para então tentar andar, eu simplesmente levantava o andador e revelava meus primeiros passos. Ou seja, eu nunca precisei do andador, pois eu já andava e nem percebia. Tudo porque minha ansiedade é grande demais para aprender passo-a-passo.
Ainda hoje é assim. Qualquer novidade me deixa inteiramente ansiosa...
Quando há o começo de alguma coisa na minha vida, acabo me dividindo em viver e aprender a controlar esse terrível mal de ansiedade. Isso não é fácil, e graças a algumas técnicas, sei que vou acabar melhorando: yoga, meditação, música para relaxar, e o carinho do Moca, meu amor (que sofre para me deixar mais tranquila).
A chegada de alguém, que não fazia parte da minha vida, e de repente está nos braços da minha irmã caçula, me deixou bastante ansiosa. A gente acaba achando que não vai haver espaço para ela no nosso coração...Mas o tempo nos revela que o coração é de tamanho infinito, e que ninguém substitui niguém. O que vivemos e passamos ao lado de outras pessoas queridas, é eterno...
Mas, o agora é tudo o que temos para ser e estar. É por isso, que ao ver brotar do coração de minha irmã caçula, um sorriso tão apaixonado me dizendo: "Irmã, estou feliz! Estou amando!", perco a ansiedade, e começo a dar espaço para mais esse novo amor de amigo, João.
Afinal, há sempre tanto espaço...



Isso tudo me lembrou uma frase do filme "Antes do Amanhecer" de Richard Linklater, que gosto muito:

"Eu acredito que, se existe algum tipo de Deus, não está em nenhum de nós. Nem em você ou em mim, mas num pequeno espaço no meio. Se existe algum tipo de mágica nesse mundo, deve estar na tentativa de entender alguém compartilhando alguma coisa. É quase impossível conseguir, mas quem se importa? A resposta está na tentativa".



Sábado, Maio 05, 2007

"Meu querido Blog..."

Começo hoje a escrever-te, sem muita pretenção. Na verdade, sou bem pouco íntima da internet e do computador. Aliás, você só está lindo assim, porque meu namorado é um artista completo! (Amor, obrigada novamente por esse presente). Bem, na verdade, sou (acredito eu), da última geração dos diários, blocos de anotações, agendas, cadernos personalizados, papel de carta, e por que não, dos poemas escritos em papel de pão...
Tive meu primeiro diário bem pequena, e apesar de tê-lo nitidamente em minha mente: capa vermelha, "Hello Kitty", com folhas e linhas em tons vermelho claro, cadeado e chavinha, tenho imensa tristeza em ser o único perdido em minha adolescência. Entretanto, todos os outros, estão muito bem guardados no armário de meu antigo quarto, na casa dos meus pais. Nunca os contei, mas são vários (desde os meus 12 anos).
Ainda hoje, (devo ressaltar), tenho "meu fiel diário". Acho que o mais bonito e complicado de todos. Foi comprado na Feira Hippie de Campinas e é, como a rosa do Pequeno Príncipe, único no mundo. Ele é feito de capa toda artesanal, com folhas e flores secas, serragens, casca de cebola, linhas, e uma linda borboleta numa folha de madeira. As folhas são de papel reciclado e tem um fecho com um pedacinho de bambu e cordão rosa.
Então, você deve estar se perguntando o porquê do "complicado", mas isso é uma história ao longo de pouco mais de dois anos, que merece estar lá. Está tudo lá. E eu jamais trairia tão fiéis segredos.
O fato é que precisava de mais espaço para expressar-me! Ora, ora! Não sou indiferente a nada. Está tudo lá no dicionário:
pasmar: v.tr.d. Causar pasmo. Sentir pasmo.
pasmo¹: sm. Assombro, espanto; admiração.
pasmar²: adj. Assombrado, espanto.

É isso! Precisava de um espaço para "pasmar"! Seja você, seja ele, seja ela, seja através do compositor, do poeta, do músico, da arte em geral, ou seja simplesmente por rabiscos feito por meu coração. Seja sobre coisas simples, complexas, inúteis, seja lá o que for. É um PARTICULAR meu mesmo. É meu "pasmo particular", sobre o que eu quiser.

E pensando bem, já entro em contradição com a primeira linha desse texto, onde afirmo estar "sem pretenção" com esse começo. (Estar em contradição? Sempre estou comigo mesma...)
Afinal, a gente nunca é indiferente a nada.
E uma de minhas pretenções hoje, meu querido Blog, é convercer-me de que esse espaço não tomará lugar do "papel e caneta" escrito às pressas dentro de um ônibus. Ou vendo uma paisagem que seja. Ou sentada à beira-mar...
Afinal, mesmo com sua existência, continuarei a ser da última geração "dos diários, blocos de anotações, agendas, cadernos personalizados, papel de carta, e por que não, dos poemas escritos em papel de pão".

E meu "Fiel e querido diário", não lhe esquecerei num canto qualquer...

Dayane