quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Casquinha de sorvete.

Drew: - Você é incrível!
Claire: - Por favor, eu não preciso de sorvete de casquinha.
Drew: - Isso não é sorvete de casquinha. [pausa] O que é "sorvete de casquinha"?
Claire: - Você sabe. "Algo para deixá-la feliz". "Algo doce que derrete em cinco minutos."

Trecho do filme "Tudo acontece em Elizabethtown"

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

“II y a toujours quelque choe d’abient qui me tourmente”



Todos os dias, no momento de dormir, fico olhando para o lugar que era dele.

Eu costumo chamar de "lugar dele", por que se há dois travesseiros, (e eu sempre dormi somente com um), é proposital esse lugar ser chamado "dele".

Todos os dias, eu sinto muito a sua falta. A companhia; o abraço; o carinho; as mãos se encontrando. De acordar no meio da noite pra fazer xixi, e admirar seu rosto, tão sereno e bonito.

Hoje eu rolei dos dois lados da cama, no meu e no dele. Mas de repente caí.

Na verdade não tenho certeza se cai, porque desde que comprei a minha "camona", (como carinhosamente gosto de chama-lá), meu maior receio foi de cair.

Então, talvez eu estivesse apenas sonhando...

O que me lembro é que, olhei para o lado e a cama se partiu, não tinha o outro lado, só um, bem apertado, para mim.

Me agarrei nas almofadas com toda a força, mas abruptamente fui interrompida pela vizinha falando muito alto, da janela, ao lado do meu quarto. Ufa! Pelo menos me dei conta de que era realmente um sonho e percebi que estava acordada.

Foi então, que olhei para o lado e assustada não achei o outro lado da cama. Nesse momento, uma sensação estranha de que algo se rompera entre mim, a cama e aquilo que julgava ter.

O fato é que, uma dor agora invadiu o corpo todo.

Só pode ser a dor do tombo. Ainda devo estar sonhando, só pode ser isso...

"Acorda! Acorda! Acorda!". Droga, não consigo dormir...


PS. Texto escrito no dia: 29/10/2010.

http://www.youtube.com/watch?v=PE51uECkM80&feature=related

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Pessoas.

Optar por ser mal educado é uma armadura?
É um sinal de desprezo?
Vem de berço?
É gostoso?

Ahhh, estou farta de pessoas assim!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Pergunta.

"Com que frequência você encontra a pessoa certa?"


Trecho e imagem de "Once", um filme musical irlandês de 2007,
escrito e dirigido por John Carney.


Vale a pena ouvir:

domingo, 5 de dezembro de 2010

di. stante.


Anton Corbijn

Você se coloca num horizonte distante
e da janela eu só posso te observar.
Encontrarei a porta
Pra um dia você entrar?

Não sei.
Talvez você prefira
ficar apenas no horizonte.
Distante.



segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Castelo de cimento.

Fiz um castelo de areia
que a onda desfez.
Fiz então novo castelo
e outra onda desfez...

Misturarei, no próximo castelo de areia
cimento de uma vez!


*Escrito no dia 25/11/2010

Somos valores, somos invalores.

Estou parando para pensar. Parar pra pensar é uma arte que requer equilíbrio, desconstrução, ir e vir numa análise que produz um árduo caminho descompassado, um eco de sonhos antigos, esperanças passadas e depois de tudo, nova construção.

É lógico que como toda construção é necessário um bom trajeto. Me refiro ao tal do tempo...

Só depois de parar pra pensar é que nos damos conta daquilo que temos em mãos. A somatória de conseqüências de acontecimentos anteriores com os atuais, em um elo que se explica numa lógica independente do tempo, (agora aqui o tempo já não importa). Isso tem sido encarado por mim como um presente da vida para aprender um pouco mais de mim mesma, porque de fato as pessoas não mentem “tudo tem seu lado bom”, é o que mais tenho ouvido, e é mesmo verdade.

Acho que esse tempo parada, pensando, tem me feito sentir, principalmente, que na vida somos insignificantes quando não nos sentimos valorizados ou valorizando. Por nós mesmos, pelos outros, pelo meio ou pelos nossos pais. Sim, falo de valores materiais, como ganhar um aumento por seu trabalho, uma recompensa por fazer aquilo a que foi confiado fazer. Nós queremos isso o tempo todo. São valores.

Mas, em meio a esses pensamentos que hoje refleti, somos também compostos de “invalores”, que me perdoem os letrados, gramáticos e lingüistas. Inventei agora uma palavra nova, “invalor”. O “invalor” não se explica.

Mas, posso dizer que invalor pode ser algo comparado aos olhos de uma criança que pega no lápis pela primeira vez, que destampa as tintas do armário e pinta todas as paredes da casa. Invalor pode vir de uma pessoa que pouco o conhece e diz “sua dor é a minha dor”. Invalor é receber flores roubadas das mãos de uma criança. Invalor é deitar no colo de alguém e se sentir acolhida. Invalor está em cada amigo que faz com nos que cresçam músculos, mesmo sem nenhuma atividade física, como a musculação.

Invalores incalculáveis infinitos ímpares e imortais.

É lógico que numa linha paralela, existem aqueles valores calculáveis, como já falei. Hoje eu sei dar por eles também.

O valor que aqui quero deixar expresso, pode ser metaforicamente traduzido por um aparelho celular. Por “ondas eletromagnéticas, ligadas a transmissão bidireccional de voz e dados utilizáveis em uma área geográfica que se encontra dividida em células, cada uma delas servida por um transmissor/receptor”. E ainda, (vejam só quanto valor!) uma conta telefônica de bônus “liberty” para falar o tempo que quiser, (não precisando mover-se para "estar" e sim pra transmitir).

E não adianta você querer se gabar achando que é composto apenas de “invalores”. Isso é hipocrisia. Hoje sei o quanto somos compostos de valores e invalores.

E quer saber? Já estou preparada, que venham todos eles...


*Escrito em 11/11/2010


segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Estou em busca da minha essência.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Cartinha.



Hoje recebi uma cartinha que dizia assim:

"Professora nós te amamos muito, de todo coração, para sempre.
E não vamos colocar data, para não ficar amanhã no passado."

Vitória Costa e Vitória Oliveira.





sábado, 25 de setembro de 2010

Sobre estar só.



Um tempo sem escrever, não significa que as palavras deixaram de existir. Muito pelo contrário. Há muitas delas por todo o espaço do corpo, do tempo, das horas, dos sentires...
Talvez tenha me faltado tempo para registrá-las no momento exato. É que tenho dedicado o tempo das palavras ao espaço de viver. Mas elas estão sempre guardadas, às vezes nos fogem, mas uma vez tendo feito parte da gente elas sempre voltam.
Bem, nesse momento elas começam a fazer o regresso. Não sei bem que destino tomarão. Só sei que as mãos obedecem.

Hoje estou sozinha. É sábado.
Estar sozinha é quase raro ultimamente. Num final de semana estou com o Marcos. No outro estou na casa dos meus pais. E em um outro, amigos e irmãs estão aqui comigo. Agradeço sempre muito por tê-los perto de mim, não seria feliz se não os tivessem. Mas há uma prioridade importante, que é quase sempre deixada de lado. Falo de estarmos diante de nós mesmos.
Gosto de ficar de frente para o espelho nesses momentos, tentando ver as muitas que já fui, que ainda sou. De passar a mão no meu rosto e ver que manchas começam a surgir, e que mesmo assim, com toda mudança, consigo ver aquela menina magrela e de cabelo bagunçado, desajeitada no meio de roupas que ao corpo dela não se adequam.
Na verdade, nunca sei se digo no corpo dela ou no meu.
O corpo é mesmo uma roupagem emprestada, talvez desse ponto de vista não deva mais dizer "no meu", por que aquele de outrora não o é mais.
Mas, mesmo assim, eu tenho as minhas lembranças, e o sentimento de ser a menina magrela de roupa desajustada no corpo, essa sou eu, corpo adentro. Ou pelo menos, uma das muitas que sou.
Olhar no espelho, num momento desses, implica em nos ver imersos numa multidão de pensamentos desconexos com a realidade refletida. E isso não é algo ruim, pra falar a verdade acho maravilhoso saber que somente nós podemos nos ver desse ponto de vista.
Gosto de ir mais profundo.
Já parou para se olhar no espelho, sem a intenção de olhar o rosto refletido?
É um exercício bastante difícil. Exige busca interior. Exige deixar "deitar o cimento que é duro", como a vaidade. Exige soltar as rédeas da máscara, que é pregada a cara.
Parar para ver absolutamente como somos, sem roupagem corpo afora.
O fato é que passamos a maior parte da vida apontando o quanto vemos nos outros, ou nos preocupando em como os outros nos veem.

Mas hoje, eu não apontei ninguém, não falei dos outros.
Hoje eu estava sozinha e eu falei de mim, para mim.
Me vi, sem alarmes e sem surpresas.
Vi como sou, nem além e nem aquém.
De frente para o que sou no mundo, sozinha.
E imersa de amor, apago a luz e vou seguir a vida. Percebendo que de nada vale se reconhecer ou não como pessoa, sem a certeza de estar viva, com tudo o que somos e estamos.
Principalmente do amor que a nós sentimos, para seguir em frente e compartilhá-lo com os outros, que mesmo fora do espelho estão embutidos no interior do movimento que os olhos fazem, quando a luz se apaga e o coração acende.

E as palavras saltam-me: Satisfação enorme em estar viva!
Daya