sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Você ama, ou ama muito?



Estive pensando...
As pessoas, (e aí também me incluo), dizem o tempo todo, "Amo muito você". Como se amar já não fosse um sentimento completo.
Não percebemos que não existe amar pouco ou muito, mais ou menos.
Isso me lembra a fala das crianças quando dizem "Professora eu cheguei mais primeiro". E eu sempre digo, "Oras, ser o primeiro já não basta? Como é ser mais primeiro"? É claro que sei o que querem dizer; que chegaram primeiro, antes do outro, só isso. A vantagem é que as crianças estão no processo de aprender conceitos, significados. Um dia vão perceber que "primeiro" não precisa do "mais", pra ser aquilo que se é. Assim, como as crianças, necessitamos aprender que "AMO" é amar e pronto. Sem necessidade alguma de adjetivos.
O amor já é em si o "dom supremo".
Acontece que, o mundo atual está cada vez mais ambicioso por conceitos de "mais", de "maior". O ser humano está numa incessante busca por quantificar as coisas, os sentimentos. É por isso que ando me sentindo cada vez mais "medieval", (como canta Cazuza), "na moda da nova idade média".
Na verdade, muito antes da idade média! Somos tão caretas ainda! Nem ao menos entendemos o sentido da palavra amor. Ser "atual" é entender e praticar o que a Bíblia (um dos livros mais antigos do mundo), nos traz sobre o amor. Sem necessidade alguma de dizer que é necessário "amar muito", por que enfim, amar basta. Na sua complexidade, verdade e beleza.

"Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine.
Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistério e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei.
E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará.
O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal;
não se alegra com injustiça, mas regozija-se com a verdade;
tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo linguas, cessarão; havendo ciência, passará; porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos.
Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado.
Quando era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino.
Por que, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor"
(I Coríntios 13)